O Contraste

Para concluir, devemos lembrar que também é possível explorar aspectos contraditórios de uma mesma questão no momento de elaborar uma exposição.

A utilização dos contrastes normalmente ocorre quando, ao analisar determinada questão, o autor do texto deseja mostrar que ela pode ser observada por mais de um ângulo, ou também que há posições contrárias a serem consideradas quando se pensa mais profundamente sobre a questão.


“Uma variedade de motes antigos proclama que nenhum princípio estético é capaz de especificar o belo e o feio de modo a contemplar todos. ‘A beleza’, dizem–nos, ‘está nos olhos de que a contempla’[...]
A ciência, em contraste, seria supostamente um empreendimento objetivo, dotado de critérios comuns de procedimentos e padrões de evidenciação que deveriam levar todas as pessoas de boa vontade a aceitar uma conclusão documentada.
Evidentemente, não nego haver uma diferença genuína entre estética e ciência nesse aspecto: pois nós descobrimos efetivamente – como um fato do mundo exterior, não como uma preferência do nosso psiquismo – que a Terra gira em torno do Sol e que a evolução ocorre; mas jamais chegaremos a um consenso acerca de Bach ou Brahms ter sido o melhor compósito (e nenhum profissional do campo da estética sequer faria uma pergunta tão tola).”


GOULD, Stephen Jay. Na mente do observador. In: Dinossauro no palheiro – Reflexões sobre história natural. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.


O autor do texto citado demonstra, por meio do contraste, que o olhar estético e o cientifico manifestam-se em campos diferentes e que nem outro são capazes de explicar tudo o que existe no mundo. Vai além: considera tolice pretender o contrario.
Pode-se, inclusive, prever que Stephen Jay Gould defenderá, ao longo do texto, a visão de que o campo da ciência é a explicação dos fatos do mundo exterior, enquanto a estética manifesta-se a partir do psiquismo humano. Nesse sentido, o melhor seria que fossem vistos como complementares, em lugar de excludentes.


Apresentados os principais recursos expositivos, esperamos que você, de agora em diante, faça uso daqueles que melhor se adequarem aos propósitos do texto que for solicitado a escrever.

Um comentário:

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